Dando duro na Banda Mole

Quem viu a Avenida Afonso Pena, principal de BH, completamente fechada no sábado que antecede o carnaval, sabia que a Banda Mole estava desfilando.

Vou dizer a verdade. Antes de ir para o litoral capixaba ou para o interior, o belorizontino bate cartão na Banda Mole.

O melhor do dia foi o tema "O nosso Arrudas é mais limpo que o Arrudas de Brasília!". Arrudas é um rio imundo que corta a cidade. Depois eu é que faço piada com coisa séria.

Para quem não conhece este bloco caricato, vou resumir. A Banda Mole é um bando de homens vestidos de mulher fazendo festa na rua. Alguns são aspirantes à travesti. Outros nem tanto.

Se vestir de mulher é fantasia, necessidade, perversidade ou diversão? Alguém pode me responder?

Sei que tem muitos homens que aproveitam o carnaval pra se soltar. E acabam soltando.

Diante desta situação, me pergunto: Será que não trocaram a vogal 'U' pela 'A' quando batizaram ‘Banda Mole’? Não sei.

Enquanto milhares de pessoas se divertiram, outras centenas trabalharam. Deram duro na Banda Mole. Quem conseguiu salvar algum, pode ser considerado herói. Entenda.

Em todo o Brasil, o carnaval tem quatro dias de duração. Em BH começou no sábado e terminou no sábado. Conseguir um bom dinheiro em um único dia não é pra qualquer um.

Durante a folia foram distribuídos 20 mil preservativos na campanha de prevenção contra a Aids e as DST’s. O slogan da campanha “Faça amor com segurança” deixa claro com quem os foliões tem que fazer sexo. Nessa aí, o segurança se deu bem.

A corte momesca estava completa. Rei, rainha, princesa e o bobo. Fico em dúvida sobre qual é a profissão mais constrangedora: goleiro reserva do São Paulo ou Rei Momo em BH?

Como que é ser Rei Momo onde não tem carnaval?

Mas pela quantia de cinco mil reais eu viro Rei Momo até em retiro espiritual.